quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Blogues: ferramentas de ensino e desenvolvimento profissional

Escrito por Denilso de Lima
 
Disponível em: www.sala.org.br 

Nunca me considerei uma pessoa tecnológica. No entanto, a tecnologia mudou minha vida como profissional de ensino de língua inglesa. Meu nome é Denilso de Lima, sou autor, teachertrainer e também o responsável pelo blogue Inglês na Ponta da Língua, um dos mais visitados no Brasil e que em 2009 foi premiado como melhor blogue de cultura pelo Top Blog. Nesse texto falo sobre a importância dos blogues e da tecnologia no aprendizado e ensino da língua. Para isso, tomo como exemplo o meu próprio blogue.
Começo dizendo que minha vida como blogueiro começou sem planejamento, sem estratégia, sem glamour ou qualquer coisa do gênero. O blogue Inglês na Ponta da Língua teve início em janeiro de 2007. Nele dou dicas de inglês: gramática, vocabulário, expressões, curiosidades e mais. Além disso, tem ainda técnicas de aprendizado: organização, livros, administração do tempo, motivação, etc. O Inglês na Ponta da Língua conta hoje com mais de 1000 textos lidos mensalmente por mais de 100.000 visitantes formados por professores e estudantes de inglês de vários cantos do mundo. Curiosamente, o Inglês na Ponta da Língua é também usado por estrangeiros que aprendem português.
Com uma linguagem simples, leitores dos 10 aos 90 anos de idades conseguem assimilar sem dificuldades a maior parte do conteúdo abordado no Inglês na Ponta da Língua. Nota-se, portanto, que o blogue permite que pessoas de várias classes sociais com acesso à internet (seja em casa, no trabalho, no computador da escola ou em uma lan house) tenham contado com o conteúdo que veem na escola pública, particular, curso de inglês ou faculdade. Não há dúvidas de que um blogue voltado para o público em geral é uma excelente ferramenta de ensino e aprendizado constante.
Além das dicas para alunos, o blogue ajuda também a divulgar ideias e crenças em relação ao ensino de língua inglesa no Brasil. Incluindo aí questões de políticas públicas para o ensino de inglês e conscientização do público em relação aos cursos de inglês no país. Esse lado mais profissional do blogue faz com que o aperfeiçoamento profissional de meus colegas e o meu continue ativo a cada dia. Logo, o Inglês na Ponta da Língua é ferramenta de transmissão de conhecimento sobre a língua e auxilia também no desenvolvimento profissional de professores de língua inglesa em todas as partes do Brasil.
Passados três anos desde sua criação e devido ao aumento da popularidade do Inglês na Ponta da Língua, percebo hoje claramente como essa tecnologia aliada a outras influencia enormemente professores e alunos de inglês. Um professor que esteja ensinando o Simple Present pode indicar um blogue com informações confiáveis e incentivar seus alunos a ler o conteúdo fora da sala de aula. Dessa forma, os aprendizes têm a oportunidade de expandir o conhecimento que encontraram inicialmente dentro da sala de aula. Nota-se aí que os blogues dão aos aprendizes oportunidades de fazer trabalho extra, portanto o uso da tecnologia pode consolidar e ampliar o trabalho iniciado em sala de aula, uma abordagem ideal de blended-learning (Sharma& Garret, 2007: 120).
Meu blogue, como dito acima, não teve um início técnico, estratégico e elaborado. Na verdade, o Inglês na Ponta da Língua era inicialmente uma forma de relaxamento e diversão. As dicas publicadas tinham como inspiração as dúvidas de meus alunos e amigos. Hoje, estou mais consciente e tenho conhecimento como o que é publicado lá influencia a vida das pessoas, sejam estudantes ou professores. Por conta, disso estou mais ciente que um blogue, ou a tecnologia em geral, torna não apenas o Ensino de inglês ALIVE, mas também o Aprendizado de milhares de pessoas.
Por ALIVE, refiro-me aqui às palavras de Warschaueret al (2000),“há cinco razões cruciais para usar a internet no ensino de inglês. Colocadas juntas, essas razões ajudam a tornar o ensino da inglês mais vivo (ALIVE):  Authenticity, Literacy, Interaction, Vitality, Empowerment. Para esses autores a internet e a tecnologia como um todo dá vida ao ensino de inglês pois:
1.       Ajuda os alunos a entrar em contato com material autêntico previamente selecionado pelos professores (Authenticity);
2.       Ao combinar a língua inglesa e a tecnologia os professores ajudam seus alunos a dominarem as habilidades que eles precisam para alcançar o sucesso profissional e acadêmico (Literacy);
3.       A interação (Interaction) com outros estudantes por meio de blogues, por exemplo, são meio de adquirir e expandir o conhecimento sobre a língua e também de desenvolver a fluência;
4.       A tecnologia pode trazer mais vida (Vitality) às aulas; afinal, os alunos não ficam apenas na memorização mecânica de regras gramaticais e vocabulário descontextualizado;
5.       A tecnologia permite que os alunos se tornem aprendizes autônomos capazes de encontrar o que precisam e quando precisar (Empowerment).
Através do meu blogue aprendi que o conceito de blended learning, o uso da tecnologia dentro e fora da sala de aula, deve estar presente nas aulas de línguas. A tecnologia não pode ser vista como inimiga ou estorvo. Os blogues e demais plataformas online são maneiras de auxiliar a integração do conteúdo abordado em aula. A internet quando bem utilizada é sim uma grande aliada. Cabe, porém, aos professores e demais profissionais de ensino saber lidar com ela e mostrar aos aprendizes os seus inúmeros benefícios bem como a melhor forma de tirar proveito dela. Assim que isso acontecer o ensino e aprendizado estarão ainda mais ALIVE dentro e fora da sala de aula.
Denilso de Lima * - denilso@denilsodelima.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Referências:
Sharma, Pete &Barret, Barney. Blended Learning– using technology in and beyond the language classroom. Macmillan Education, 2007.
Warschauer, Mark, Shetzer, Heidi &Meloni, Christine. Internet for English Teaching.United States Department of State – Office of English Language Programs, 2000.
 
*Denilso de Lima é teacher trainer e autor dos livros “Inglês na Ponta da Língua – método inovador para melhorar o seu vocabulário”, “Por que assim é não assado? O guia definitivo de collocations em inglês” e “Gramática de Uso da Língua Inglesa – a gramática do inglês na ponta da língua” (todos publicados pela editora Elsevier/Campus).

Novas Ferramentas para o ensino e a aprendizagem

 
Disponível em: http://www.sala.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=354:novas-ferramentas-para-o-ensino-e-a-aprendizagem&catid=41:textos-em-la&Itemid=161  

Ensino e aprendizagem nesse novo contexto sócio-histórico requer o uso das novas tecnologias. A razão são as mudanças na forma em que os jovens se relacionam na atualidade. O professor precisar estar a par dessas mudanças histórico sociais onde as tecnologias emergentes se tornam mais e mais presentes. Desta forma, a sala de aula precisa adequar-se as mudanças também. Ao serem usadas como ferramentas em sala de aula para o ensino e a aprendizagem, as NTICs (Novas tecnologias de informação e comunicação) reforçam a interação social entre os alunos e os professores e toda a escola. Torna-se possível, então, uma coordenação do grupo como um todo mais eficaz. As atividades passam a ganhar características mais sócio-colaborativas, levando a um desenvolvimento intelectual individual mais interessante que o modelo anterior.
NTICs no ensino comunicativo e na aprendizagem colaborativa de línguas
As ferramentas on-line e off-line como o blogue, o e-mail, o celular, a câmera digital, a agenda eletrônica, o pen drive (memória USB), o PDA (palmtop), etc são parte do contingente das NTICs que o mercado disponibiliza e estas se tornam mais acessíveis à massa a cada dia. Essas ferramentas, no novo paradigma, se tornam suporte para o professor estabelecer a real interação entre os alunos e o ambiente de aprendizagem. Almeida Filho (2005) diz que “o ensino comunicativo é aquele que organiza as experiências de aprender em termos de atividades relevantes/tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno para que ele se capacite a usar a língua-alvo para realizar ações de verdade na interação com outros falantes-usuários dessa língua”.
As NTICs estão em voga na educação, não somente por conta da globalização de economias e de governos, mas principalmente por causa de sua relevância para os jovens, que são influenciados evidentemente pela economia. Uma vez que existe essa necessidade de estar em contato com pessoas de diversos lugares e principalmente com pessoas de sua localidade, a comunicação passa a trilhar novas rotas e a as NTICs possibilitam essa nova rota. As NTICs estão de acordo com o proposto pelo que Almeida Filho (2005) coloca em relação ao ensino comunicativo. As NTICs são ferramentas organizadoras e fomentadoras na experiência de aprender. As ações de verdade, como o autor cita, agora são estabelecidas por meio das NTICs.  É interessante ressaltar que ao estabelecer esse processo de ensino comunicativo via NTICs o aluno da L2 poderá estabelecer contato com nativos a qualquer momento que quiser e esse contato promove ações de verdade mais próximas do real e de maneira prazerosas para o aluno de L2, pois há um processo de colaboração.
A aprendizagem colaborativa[1]está intrinsecamente ligada à forma como o professor se organiza para um ensino comunicativo; Almeida Filho (2005) explica:
“A abordagem de ensinar, por sua vez, se compõe do conjunto de disposições de que o professor dispõe para orientar todas as ações da operação global de ensinar uma língua estrangeira. A operação global de ensino de uma língua compreende o planejamento de cursos e suas unidades, a produção ou seleção criteriosa de materiais, a escolha e construção de procedimentos para experienciar a língua alvo, e as maneiras de avaliar o desempenho dos participantes” (p.13).
Para Burgess (1994), o pensamento é dialético e a discussão é metodológica, logo a aprendizagem colaborativa é construída a partir de um diálogo interno mediado pelo outro ou outros ao fazer uso do discurso como meio de estabelecer regras de partilha de idéias entre todos. Estabelece-se uma relação de controle, e para Daniels (1994)“as relações de controle reveladas em padrões de enquadramento condicionam as práticas comunicativas”, ainda mais se essas relações forem construídas pelo uso das NTICs. As NTICs dão um suporte a mais para que as interações entre os alunos sejam mais sólidas no sentido de criar um ambiente colaborativo não só dentro, mas também fora da sala de aula como afirmam Kearsley & Shneiderman (2009):
“Collaboration can be as simple as a two-minute in-class exercise involving pairs of students or as elaborate as a multi-year curriculum development project involving many teams. Term-length projects done primarily outside the classroom are the most popular form of collaboration since they require minimal changes to the usual classroom routine. While a few disciplines such as laboratory science or fine arts make regular use of in-class collaboration, most courses do not. Yet collaborative learning is a technique that applies to any domain. Math students can work on problems, English students can review each other's work, Computer Science students can develop or debug programs together, and so on.”
Em se tratando de ensino colaborativo temos atividades que podem ser desenvolvidas em dois minutos na sala de aula, assim como atividade que são desenvolvidas de acordo com o currículo da disciplina ao longo de um ano todo e fora da sala de aula. Os projetos que envolvem um tempo maior são os mais comuns, uma vez que são desenvolvidos fora da sala de aula e não atrapalham o cronograma de atividades em classe. O aprendizado colaborativo pode ser desenvolvido dentro de qualquer disciplina.
As NTICs dentro da visão sócio-interacionista
As relações entre as pessoas se tornaram mais práticas e os diálogos se tornaram mais longos e independentes de tempo e espaço. As redes sociais na internet crescem vertiginosamente e ficam mais específicas em classificações como: a rede de ricos ou a rede de bonitos e até mesmo a de pessoas acima de 50 anos. Segundo Vygotsky apud Zacharias (2007), o que determina o desenvolvimento do indivíduo é a sua relação com a sociedade. Os jovens também procuram as suas tribos no mundo virtual e da mesma forma a uma tendência da educação se fazer presente também nesse espaço, contudo não somente através de aplicativos on-line ou de redes sociais, mas buscar acompanhar o desenvolvimento do indivíduo durante o dia por meio das NTICs.
As NTICsveem colaborar no processo de construção do conhecimento por meio da relação que o homem possue com essas novas tecnologias. Uma vez que as NTICs fazem parte do contexto histórico-social, não há razão para não utilizar as NTICs no processo de formação do indivíduo.
 Para Vygotsky apud Daniels (1994), social não significa interpessoal; interação social não é o que a criança tem que aprender. As atividades do comportamento humano, em todos os estágios de desenvolvimento e organização, são produtos sociais e devem ser vistos como desenvolvimentos históricos. Entende-se então que as relações sociais estão além das relações interpessoais. As relações sociais são interativas, contudo não devemos ensinar como ser interativos e sim fornecer ferramentas que fomentem essa interatividade. Nesse novo momento as ferramentas que surgem são as NTICs. Essas ferramentas são os produtos sociais e em cada época surgiram diferentes ferramentas, por isso devem ser vistas como desenvolvimento histórico.  
 
[2]Gutemberg Raposo da Silva
Lattes:lattes.cnpq.br/6012105418523640
Bibliografia
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de, Dimensões Comunicativas no ensino de Línguas – Campias-SP: Editora Pontes Editores, 4ª ed., 2005
DANIELS, Harry (org), Tony Burgess. Vygotsky em Foco: Pressupostos e Desdobramentos. Tradução: Mônica Saddy Martins, Elisabeth Jafet Cestari. Campinas-SP; Papirus, 1994
KENSKI, Vani Moreira - Tecnologias e ensino presencial e a distância - (Série Prática Pedagógica), Campinas, SP: Ed. Papirus, 2003.
BROWN, Ian - Internet Treasure Hunts: A Treasure of an Activity for Students Learning English - presented at the 1999 ACTA-ATESOL National Conference - TESOL Matters for the Millennium Sidney, Australia, 17-21 January 1999
ZACHARIAS, Vera L. C., Artigo ‘Vygotsky e a Educação’ pesquisado no sítio no dia 24-07-2009         <http://www.centrorefeducacional.com.br/vygotsky.html> atualizado/setembro/2007
ZACHARIAS, Vera L. C., Artigo ‘Engagement Theory: A framework for technology-based teaching and learning’ pesquisado no sítio     <http://home.sprynet.com/~gkearsley/engage.htm>, no dia 25-07-2009

[1] “Com a colaboração de cada um para a realização de atividades de aprendizagem, formam-se laços e identidades sociais. Assim, criam-se grupos que, além dos conteúdos específicos, aprendem regras e formas de convivência e sociabilidade que persistem no plano virtual e fora dele” (Kenski, Vani Moreira, p.102, 2003).
[2] Graduado em Letras pela Universidade Federal do Tocantins.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aprender brincando

Aulas expositivas, professores sérios e/ou autoritários, exercícios padronizados e desarticulados da realidade dos aprendizes. Esse é o cenário comumente associado ao aprendizado. Ainda mais quando de trata do ensino da gramática da língua portuguesa.

Mas, nos últimos anos, há uma nova tendência no ensino de crianças e adultos. O foco é cada vez mais voltado às necessidades e à realidade do aprendiz. Com isso, os métodos e as técnicas didáticas vêm se modificando e se aprimorando. Nesse contexto, as dinâmicas e intervenções lúdicas vêm ganhando cada vez mais espaço no aprendizado.

Essa mudança fez com que os educadores olhassem mais atentamente ao que os cerca, para encontrar novas formas de ensinar um conteúdo que sempre foi simplesmente exposto aos aprendizes.

Nas aulas de português, por exemplo, as palavras cruzadas, caça-palavras, jogo de forca têm sido usados para estimular os aprendizes a grafar corretamente as palavras, ampliar o vocabulário e também aguçar a percepção. E nem é preciso apenas utilizar folhas impressas com essas atividades. Há muitos sites que disponibilizam esses jogos (exs.: Letroca, Coquetel).

Para brincar com letras e formar palavras, além do papel impresso e da internet, há um jogo de tabuleiro que é sucesso no mundo inteiro: Scrabble. Há versões em diversas línguas, inclusive em português. Mas no Brasil não vemos uma cena comum em países como Inglaterra e EUA: as pessoas jogam Scrabble em bares, com os amigos, há campeonatos importantes e celebridades, como Keanu Reeves, Mel Gibson e Sting, são fãs desse jogo. 

Jogo da velha, amarelinha, quebra-cabeça são outros jogos que fazem parte da infância de qualquer pessoa e que também podem ser adaptados para o ensino dos mais diversos conteúdos gramaticais. 

Esses são alguns dos exemplos de como aprender - e aprender gramática - pode ser divertido para as crianças e os adultos. Basta que os educadores estejam atentos ao que o mundo oferece de opções e que estejam dispostos a mudar sua forma de ensinar. Todos têm a ganhar com isso.
 

Jogo com questões de português

Já publiquei um artigo, há algum tempo, com dicas de como aprender português de uma forma divertida:


http://www.artigonal.com/educacao-artigos/aprender-brincando-1555885.html


Segue mais uma dica de jogos online para aprender regras de português. Educadores, usem em suas aulas.


http://www.agal-gz.org/planeta/front/index.php?step=2&univers=14

Uso de meios digitais na educação pode melhorar aprendizagem


A inclusão de recursos digitais em salas de aula ajuda a aumentar a comunicação entre estudantes  e professores. Projetos desenvolvidos por meio de blogs e aulas interativas incentivam a maior participação dos alunos nas atividades escolares e proporcionam benefícios na aprendizagem. “Os alunos praticamente já nascem sabendo usar computadores e nada mais natural e importante do que os professores passarem a usar os recursos digitais para melhorar o aproveitamento da disciplina”, afirma a professora Lina Maria Braga Mendes.
Blogs e sites ajudam a aumentar a comunicação entre professores e alunos

O pouco uso de meios digitais na educação foi um dos motivos que fizeram com que Lina iniciasse sua pesquisa de mestrado na Faculdade de Educação (FE) da USP, Experiências de fronteira: os meios digitais em sala de aula, sob orientação daprofessora Mary Julia Martins Dietzsch. “A utilização de mídias digitais poderia começar a partir do primeiro ano do ensino fundamental. Desde muito cedo as crianças  têm contato com computadores em casa”, ressalta a pesquisadora.
Suas experiências começaram por meio da implementação de blogs em projetos desenvolvidos com turmas de ensino fundamental de um colégio particular de São Paulo. “Há vários tipos de trabalho que o professor pode desenvolver com blogs. Podemos criar um blog de disciplina, em que o professor e alguns alunos teriam acesso à edição, há também o blog do professor, no qual só ele entra para publicar textos interessantes relacionados ao assunto da aula, além de manter contato com o aluno fora da sala, e ainda o blog de aluno, em que os estudantes publicam os trabalhos que realizam e o professor entra com comentários”, explica Lina.
Entre os principais benefícios dos meios digitais nas escolas estão o aumento do diálogo entre professores e alunos e a ampliação do espaço da sala de aula, já que o contato passa a ser também fora do horário escolar. Além disso, os recursos disponíveis nos computadores e na internet fazem com que os estudantes tenham mais prazer em assistir às aulas e interajam de modo mais efetivo.
“Quando saímos da sala de aula, que muitas vezes conta apenas com o giz e a lousa, e vamos para o computador já temos inicialmente o recurso da imagem e do movimento. É possível usar vídeo, áudio, fotografia e outros recursos para mostrar mais detalhes e curiosidades sobre o assunto estudado. Isso faz com que os alunos prestem mais atenção nas aulas e saiam do espaço imaginário, intangível, representado por um mapa de um livro, e adentrem o espaço real, visível no Google Earth, por exemplo”, explica a pesquisadora.
Barreira da linguagem
Apesar de os alunos terem crescido em frente aos computadores, Lina afirma que muitos têm dificuldades com a linguagem do mundo digital. “A experiência que tivemos com a leitura de adaptações literárias para a internet, por exemplo, foi um pouco complicada, pois os alunos – apesar de passarem horas a fio todos os dias na rede – não conhecem a linguagem do meio em que navegam e alguns acabaram não compreendendo sequer o enredo da obra”, diz.
Um ponto positivo do uso de meios digitais nas salas de aulas é mostrar aos estudantes as diferenças existentes em cada uma das linguagens que utilizamos. Segundo a pesquisadora, “a linguagem de um livro impresso é diferente daquela usada em um vídeo, por exemplo. Do mesmo modo, não podemos confundir o que é feito para o meio digital com o que se destina à publicação em papel. Muitas pessoas afirmam categoricamente que a linguagem de internet, com suas abreviações e símbolos, atrapalha a escrita, mas é preciso perceber que ela é apenas uma outra linguagem, destinada, portanto, a outras situações de uso que não as que acontecem na sala de aula. O aluno deve entender isso e utilizá-la apenas naquele meio.”
Dificuldades para professores
A iniciativa de usar blogs e outros recursos dos meios digitais na educação também tem seus entraves. Um deles é a dificuldade que o professor tem tanto em sua atualização quanto na disponibilidade de tempo. “Muitos professores ainda têm dificuldades em usar recursos básicos do computador, como Word e o Power Point. São recursos que poderiam ajudá-lo a criar uma aula diferente e a trazer novas informações”, garante Lina.
Tendo como pressuposto que todo o professor tem acesso a um computador, a pesquisadora salienta que outro problema para a implementação de aulas que utilizam os recursos digitais é a falta de remuneração para desenvolver projetos como esses. “Por mais que o professor queira levar meios digitais para as salas de aula, ele esbarra no problema do tempo gasto fora do horário escolar. A manutenção de um blog, por exemplo, demanda tempo de pesquisa, produção e criação de atividades, e não há incentivo financeiro ou um horário remunerado para essa prática”, explica.
Para a pesquisadora, mesmo sendo difícil a utilização dos meios digitais na educação é necessário que os professores fiquem atentos a esses novos recursos e aos benefícios que trazem ao aprendizado dos alunos. “O professor que dá aulas do mesmo jeito que teve aulas quando criança ou adolescente comete o erro grave de esquecer que é de outra geração”, alerta.
Mais informações: email linamendes@usp.br, ou blog http://fornodeletras.blogspot.com, com a pesquisadora Lina Maria Braga Mendes

Artigo da Science sobre eficácia da decoreba

Após ler o artigo publicado na Folha (post anterior), fiquei curiosas para ler o artigo completo, publicado na Science. Acho que os leitores deste blog também sentirão essa mesma curiosidade, por isso, segue o link do artigo completo: http://www.sciencemag.org/content/early/2011/01/19/science.1199327.full.pdf?ijkey=KiZfk/9rdQ44Y&keytype=ref&siteid=sci


Vou refletir um pouco mais sobre ele e publicar uma novo post relacionado a essa discussão, ok?


Boa leitura!

A vingança da decoreba

HÉLIO SCHWARTSMAN
Publicado an Folha de S. Paulo, dia 22 de janeiro de 2011

SÃO PAULO - Esta vai deixar alguns pedagogos de cabelos em pé. Trabalho publicado anteontem na "Science" mostra que alunos que estudam por métodos do tipo decoreba aprendem mais do que os que utilizam outras técnicas.
O "paper", que tem como autor principal o psicólogo Jeffrey Karpicke, da Universidade Purdue, comparou o desempenho de voluntários que estudaram um texto científico se valendo de um método que enfatiza a memória (leitura seguida de um exercício de fixação mnemônica) com o de alunos que usaram a técnica do mapa conceitual, na qual leem o texto e depois desenham diagramas relacionando os conceitos apresentados.
Desenvolvido por Joseph Novak nos anos 70, o mapa conceitual tem como pressuposto a teoria da aprendizagem significativa, segundo a qual aprender é estabelecer relações relevantes entre ideias.
Uma semana depois, os estudantes fizeram um exame para descobrir quanto haviam aprendido. O grupo da decoreba teve um índice de acertos 50% maior do que o do mapa. A grande surpresa, porém, foi que os memorizadores se saíram melhor tanto nas perguntas que envolviam a mera reprodução das ideias originais como também nas questões que exigiam que eles fizessem inferências, estabelecendo novas conexões entre os conceitos.
Um segundo experimento aprofundou um pouco mais esses achados, explorando, por exemplo, o desempenho de um mesmo estudante com os dois métodos de estudo. Em todas as situações, a decoreba apresentou melhores resultados que o mapa conceitual.
Evidentemente, ainda é cedo para generalizar as conclusões desse trabalho, que ainda precisa ser reproduzido em outros centros para ganhar nível de evidência. Mas já é certo que ele cairá como uma bomba na guerra pedagógico-ideológica que opõe os entusiastas da educação construtivista aos defensores de métodos tradicionais.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Blogs recomendados

Deixei indicados alguns blogs sobre educação que venho acompanhando.


Há mais blogs na internet e, à medida que for achando e gostando, vou incluindo na lista.


Aproveitem e acompanhem as questões, os debates.

A UTILIZAÇÃO DO BLOG NA EDUCAÇÃO


Margarida Elisa Ehrhardt Ferreira

A informática educativa possibilita muitos caminhos para que o professor realize suas aulas de uma forma interessante, diante do mundo tecnológico em que vivemos. Dominar técnicas de informática, para assim aplicá-las á educação é um dos grandes desafios de hoje, para os profissionais da educação.
Muitos recursos são utilizados para que se obtenha êxito na aprendizagem, e um em especial que iremos tratar neste artigo oferece muitas possibilidades de desenvolvimento das potencialidades humanas : o Blog.
Qualquer recurso conta com limitações, mas aqui colocaremos algumas das vantagens e possibilidades do uso do blog nas escolas como alternativa de aprendizagem.
BLOGS
Os blogs são páginas na internet (Web), que utilizam os protocolos de transmissão de dados e contam com um servidor para armazenar as informações que apresenta e que precisam ser atualizados com freqüência.Historicamente, surgiram no final de 2001, no site Blogger.com.
Apresenta-se com uma linha de tempo para as postagens , abarcando uma infinidade de assuntos que vão desde diários , piadas, links, notícias, poesias, artigos, idéias, fotografias e tudo mais que seja possível para sua atualização.Quando “no ar” , isto é, postado na web, qualquer pessoa pode acessá-lo.
Sendo uma excelente forma de comunicação, permite que grupos e pessoas interem-se sem restrição temporal, pois o leitor pode registrar comentários acerca da exposição do blog.
BLOGS E EDUCAÇÃO
Pensando enquanto educador, como esta ferramenta valiosa pode contribuir em nossa prática pedagógica diária?
Os blogs podem:
• Apresentar várias etapas de um projeto desenvolvido na escola, na sala, em grupos ou mesmo individual;
• Criação de um jornal on line;
• Divulgação de atividades ;
• Apoio à um eixo de trabalho(ou mesmo à uma disciplina)
• Preparar para encontros educacionais ente os profissionais, ou mesmo entre estudantes;
• Divulgação de produções dos alunos em diferentes áreas de conhecimento;
• Divulgar estudos realizados pelos alunos;
• Desenvolver a curiosidade tecnológica, incentivando o aluno a busca diferentes linguagens de programação ;
• Desenvolver habilidades e competências nas diferentes áreas de conhecimento, aplicando os conteúdos estabelecidos em currículo;
• Trabalhar com imagens criadas ou registradas pelos próprios alunos, ampliando suas habilidades cognitivas na área de criação.
• Elaborar tamplates que desenvolvem além de conhecimentos, técnicas e habilidades próprias, possibilitam utilizar-se da criatividade, da ética , e de muitos outros componentes da cidadania.
• Podem elaborar animações para postar no blog, como resultados de trabalhos.
• Trazer a discussão de valores e da moral, quando na postagem de comentários, observando os limites do respeito à produção do próximo;
• Ajudar a comunidade escolar com esclarecimentos e informações elaboradas pelos próprios alunos.
• Incentivar a criação de concursos entre os alunos de suas produções;
É importante lembrar que o blog não se restringe apenas à língua portuguesa ou mesmo à matemática.Ele funciona como um recurso para todos os eixos do conhecimento , já que o conhecimento na realidade busca uma apresentação menos fragmentada. Ele pode em alguns momentos conter mais informações sobre uma determinada área, mas não se fecha para qualquer outra em nenhum momento.
Além de tantas possibilidades educativas, os blogs aproximam as pessoas, as idéias, permitem reflexões, colocações troca de experiências, amplia a aula e a visão de mundo, e oferece a todos as produções realizadas.A melhor vantagem , é que é um recurso extremamente prazeroso a que o elabora e desenvolve!
Enquanto professor, não precisa utilizar a antiga caneta vermelha para sublinhar o que estava errado, mas este pode oferecer informações sobre o “erro” do aluno e os caminhos a serem percorridos para uma melhora , se necessária , em sua construção de conhecimento.Partindo do espaço “comentários” o professor interage com o aluno mais facilmente, instigando-o a pensar e resolver soluções.Este é um grande objetivo hoje, dentro de um currículo voltado para competências como nos coloca nossos Referenciais Nacionais de Educação.
Para finalizar, o professor não pode deixar de estabelecer objetivos e critérios ao utilizar este recurso, pois a utilização a esmo não enriquece as aulas, torna-se um tempo inutilizado para a construção e a troca de conhecimentos.Ele deve deixar claro o que espera do aluno e o que pretende com a proposta de trabalho.Assim a avaliação deve ser feita pelo professor e pelos alunos.
Bom trabalho!

“Não ensine aos meninos pela força e severidade, mas leve-os por aquilo que os diverte, para que possam descobrir a inclinação de suas mentes.” (Platão. A República, VII)

Fonte:A Utilização Do Blog Na Educação publicado 1/08/2007 por Margarida Elisa Ehrhardt Ferreira em http://www.webartigos.com

http://www.webartigos.com/articles/2017/1/A-Utilizaccedilatildeo-Do-Blog-Na-Educaccedilatildeo/pagina1.html#ixzz1BzeQaYon

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bem-vindos!

Olá a todos os professores ou futuros professores!


Este blog nasceu após a finalização de um material da aula de Novas Tecnologias em Sala de Aula, que compõe a disciplina Novas Tendências do Ensino, do curso de especialização de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, da Universidade Gama Filho.
Sempre me interessei por tecnologias e sou twitteira, orkuteira, blogueira. Já encontrei textos maravilhosos, vi dicas incríveis, aprendi muito na internet, fiz amigos e descobri novos interesses nessas andanças infinitas que a internet nos permite. Basta usá-la de forma adequada.
Então, decidi me tornar não só blogueira de textos sobre comunicação, twitteira de dicas de viagem, mas também discutir e compartilhar conceitos, experiências e "achados" sobre o aprender a ensinar de forma diferente do tradicional.
Espero receber visitas de alunos do curso da Gama Filho, de professores, futuros professores, mas também dos mais diversos perfis de internautas em busca de novas reflexões e de novas práticas.
Aproveitem, compartilhem e, mais do que isso, vamos aprender juntos.
Prof. Vívian Rio