segunda-feira, 20 de junho de 2011

Projeto 9: uso de tecnologias

Autora: SAMANTHA ARAUJO DE MORAES

Conteúdo
Língua e linguagem

Objetivos 
Analisar as características da escrita e da linguagem na internet com alunos do 9º ano do ensino fundamental.

Introdução 
Pode interromper o primeiro download se você nunca recebeu um e-mail com frases repletas de abreviações e neologismos do tipo flw, blz, naum, bj, hj e []s. O que será que aconteceu com a linguagem dos jovens? Eles estão escrevendo errado se obedecermos ao pé da letra as regra gramaticais ou a pressa e a criatividade exigidas em comunicadores instantâneos, chats, blogs, fotoblogs e uma infinidade de outros espaços virtuais transformam os internautas em artífices das palavras? De acordo com a reportagem de VEJA ESPECIAL, aqueles que navegam pela rede mundial de computadores vem adaptando e tornando cada vez mais ágeis e divertidos os códigos on-line. Os puristas da língua, portanto, podem respirar aliviados: o bloguês está longe de ser errado. O texto da revista desafia os estudantes a analisarem esse universo lingüístico que eles mesmos criaram. 

A idéia é reservar um horário no laboratório de Informática e organizar os alunos em grupos, propondo a visitação em vários blogs. Os principais conceitos relacionados aos diários virtuais serão revisados Serão necessários um dicionário comum e outro de lingüística, além de uma boa gramática. O material deverá estar disponível para uma aula.

Direcione a leitura da reportagem destacando a interação social criada pela internet entre os personagens retratados. Ajude os adolescentes a perceber como numa sociedade cada vez mais fechada não há mais tempo para falar, discutir, ouvir e partilhar. O blog, portanto, funciona como um veículo para se mostrar, pensar, rir, chorar e ouvir o outro por meio do feedback. Ressalte essa relação e encaminhe uma segunda rodada de navegação pelos diários on-line. 

Atividades 
Os adolescentes serão encarregados de enumerar as principais características dos endereços visitados onde perceberão que acabaram fazendo uma pesquisa qualitativa por meio de suas observações. Informe que o principal objetivo dessa atividade é apontar os campos semânticos dos posts e analisar o discurso empregado pelos autores das narrativas. 

Proponha que cada equipe se atenha aos textos dos blogs. Discuta o papel interativo da ferramenta e a necessidade desse tipo de manifestação humana. Peça, em seguida, que os jovens investiguem o blogging como forma de comunicação pessoal e veículo divulgador de interesses específicos. Conte como levantar hipóteses sobre o corpus lingüístico examinado. Quais são as intenções das linguagens verbal e não-verbal nesses endereços? Explore a diversidade dos conteúdos e evidencie as temáticas mais presentes. 

Ensine que um blog trata, principalmente, de: 
@ modelagem política e social; 
@ uso como diário de vida pessoal; 
@ conteúdo reafirmador da existência; 
@ apresentação de pontos de vista sobre o mundo e as coisas; 
@ interesse em criar comunidades; 
@ realizar catarse; e 
@ fazer uso literário ou poético. 

Conceitue também sobre a especificidade da audiência, ou seja, os leitores que freqüentam os blogs constantemente e ali deixam comentários. Lembre que tais textos reforçam a intencionalidade original de estabelecer comunicação. 
Dê a cada grupo a incumbência de levantar um conjunto lingüístico capaz de revelar, pelas relações de sentido presentes nos textos verbais e visuais dos blogs, o campo semântico em que elas atuam. Oriente que entre as formas encontradas no discurso em cada categoria de blog e a nomenclatura empregada pelos internautas há um abismo tão significativo que até o dicionário se torna um objeto decepcionante. 

Explore o Pequeno Dicionário de Bloguês, incluído no final da reportagem, e pergunte que outros verbetes a classe acrescentaria. Diga o que são redes semânticas e estimule os alunos a criarem uma. Peça que cada grupo componha e explique os subconjuntos vocabulares trabalhados. Faça com que todos percebam a freqüência de uso de certas estruturas e incentive a descoberta da intencionalidade de cada texto nos diários virtuais. Se achar pertinente, instigue reflexões lingüísticas sobre questões de lexicologia. Conte que o léxico de uma língua é potencialmente infinito e não se restringe ao estudo dos vocábulos atestados. Ele inclui os “atestáveis”. Lance mão dos dicionários e da gramática e esclareça as eventuais dúvidas relacionadas a esses termos. 

Pergunte se há empréstimo lingüístico no bloguês? Em caso positivo, ele é predominantemente ligado a qual idioma? Informe aos alunos que diante dessa temática um professor da língua identificada será convidado a falar sobre os empréstimos da língua de Shakespeare com a popularização do uso do computador. 

Para finalizar, sugira mais uma reflexão: escrever é resultado de vocabulário amplo ou é necessário dominar estruturas, discernir e estabelecer relações lógicas? Como podemos situar um blog nesse contexto?

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