Em minhas buscas pela internet, achei um projeto bem interessante e elaborado, com foco em crônicas e argumentação.
Há crônicas literárias e televisivas.
Veja:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22533
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Estilos de aprendizagem e a questão dos nativos digitais
Disponível em:
http://educacaoemperspectiva.blogspot.com/2010/08/estilos-de-aprendizagem-e-questao-dos.htmlQuando entramos em um ambiente de aprendizagem os primeiros minutos que antecedem o início da aula representam um rico momento que denomino “zona de troca de expectativas”. Nestes minutos iniciais professores e alunos trocam impressões às vezes de forma silenciosa com olhares e gestos, às vezes a partir de ruídos quase imperceptíveis. Em outros momentos dependendo da situação de forma explicita como uma forma de marcar um território. Neste momento o que está em jogo é a nossa capacidade de observar o outro e comparar estas observações com nossas experiências passadas tentando responder a perguntas como “ como será a aula deste cara?” “ será que está é uma turma boa?”. “será que a prova dele é muito cascuda?” “será que este povo gosta de ler?”. Enfim, muitas outras perguntas são formuladas antes do início da aula. De certa forma, um professor bem treinado pode nestes minutos iniciais e ao longo do encontro identificar uma série de elementos que permitem identificar com uma certa segurança os estilos de aprendizagem de seus alunos e dessa forma direcionar de uma forma mais eficaz sua metodologia de apresentação dos conteúdos. Mas o que é um estilo de aprendizagem?
Um estilo de aprendizagem representa a maneira como cada pessoa processa, absorve e retém informações utilizando algum canal de entrada representado pelos sentidos da audição, olfato, tato, visão, paladar.
Ao estudarmos as teorias relacionadas aos estilos cognitivos percebemos que o elemento que une todas é a idéia de que as pessoas são diferentes. E por serem diferentes aprendem de formas diferentes.
Ao mesmo tempo, para nós professores essa informação representa um enorme desafio relacionado tanto ao planejamento quanto a forma como executamos nossas atividades em sala de aula.
Alguns autores, em especial Marc Prensky(2001) tem chamado a atenção por conta da elaboração de conceitos relacionados as pessoas oriundas das gerações posteriores a década de 70. No caso em questão refiro-me aos conceitos de nativos e imigrantes digitais de Prensky. Pensemos na geração atual. Os nativos digitais são exatamente estas pessoas que já nasceram na era da tecnologia, enquanto imigrantes digitais são aqueles que nasceram na era analógica, tendo apenas migrado para o mundo digital na fase adulta. Em termos gerais me parece bastante razoável pensarmos que estes dois grupos pensam e processam a informação de formas diferenciadas. Claro que há também uma geração intermediária marcada por pessoas que acompanharam com um certo grau de experimentação as diversas evoluções tecnológicas em diversos setores. Para exemplificarmos esta questão basta considerar o ato de jogar vídeo game. Meu pai cresceu com jogos que não necessitavam de tecnologias mais sofisticadas ou mesmo muitas nem mesmo eletricidade. Eu cresci acompanhando a evolução do vídeo game: passando por nomes como Atari, Máster Sistem, Phanton Sistem, Nintendo, Super Nintendo, Mega Drive, Playstation, Playstation 2, Wii, XBOX360, Playstation 3, etc. Minha filha já nasce em um contexto tecnológico que nos permite ver cinema em 3d, termos um MP20, um IPAD, Jogos em blueray com a mais alta definição. Em termos de recursos as diferenças são gritantes. Mas não pretendo me alongar nesta temática pelo menos por enquanto. Penso que inicialmente podemos dizer que o professor tem um papel fundamental dividido em dois movimentos referentes à qualidade da aprendizagem de seus alunos. O primeiro deles é a identificação do canal preferencial do aluno: se ele é mais auditivo, visual, sinestésico, etc. Segundo, propiciar elementos para que o mesmo possa de posse destas informações de mais controle sobre seus próprios processos de aprendizagem elevando seu grau de autonomia em relação à figura do docente. Claro que todas estas mudanças resultam tanto em domínio de conteúdo quanto uma abertura maior para as necessidades do aluno. Començando pela necessidade de compreender as múltiplas formas pelas quais uma informação pode transforma-se em conhecimento.
O QUE APRENDI AO ENSINAR por Gustavo Cerbasi
Por Gustavo Cerbasi
Em meus primeiros trabalhos de consultoria, eu procurava ser racional ao orientar meus clientes, fazendo contas e provando a eles que um cafezinho por dia seria suficiente para comprar um automóvel novo em 30 anos. Com argumentos assim, convenci muitas pessoas a começar uma poupança de longo prazo. Alguns clientes, muito motivados, passaram do ponto de equilíbrio e começaram a poupar bem mais do que o sugerido — cerca de 15% da renda —, sonhando com metas ousadas, como conquistar o primeiro milhão em poucos anos.
Aprendi que fazer as pessoas poupar não é difícil, desde que haja bons argumentos para isso — normalmente um grande sonho do interessado. Porém, muitos dos que orientei naquela época começaram a se desfazer do patrimônio poupado, tendo inúmeras razões para isso. Em alguns casos, motivados por um problema de saúde; em outros, pela perda de uma pessoa querida; muito comum foi usar a poupança para custear o fim de um casamento. Com o passar dos anos, percebi que fazer poupança significava, para muitos, privar-se da felicidade presente para tê-la no futuro. E a infelicidade acaba com a motivação de poupar.
Isso tudo mudou minha forma de atuar e de orientar. Hoje, vejo que é uma vida feliz e segura que garante a poupança, e não o contrário. É por isso que, quando me consultam sobre a escolha da moradia, proponho antes que as pessoas me descrevam a verba prevista para os gastos com qualidade de vida, lazer, prazer e pequenos mimos pessoais, e também a verba para guardar para um futuro sólido. Somente após definir essas duas verbas é que trato da verba para a escolha do padrão de moradia. Um imóvel mais simples oferece menos espaço, mas comporta uma felicidade que não caberia em um lugar mais caro.
Esse foi o meu maior aprendizado. Se um cafezinho diariamente compra um carro em 30 anos, a falta do mesmo cafezinho pode levá-lo a perder o emprego, ao acabar com tardes produtivas, com o networking e com um pequeno e motivante prazer pessoal. O futuro é importante, mas também é a simples continuação de sua vida presente. Valorize mais seu hoje, sem esquecer o amanhã.
Revista Você S/A. Edição 126. Dezembro de 2008.
Disciplinas x competências: esclarecendo um mal entendido
Nenhuma dicotomia parece mais inadequada ou descabida do que a se refere ao par disciplina/competência. (Machado, 2002, p. 139)
Desde que o foco se voltou ao desenvolvimento de competências pessoais, vem sendo disseminado um mal entendido: o de que disciplinas e competências disputam os mesmos espaços e tempos escolares, contrapondo-se de forma radical. É como se uma organização visando às competências pessoais significasse um abandono da ideia de disciplina e, simetricamente, uma valorização do conhecimento científico disciplinar teria como contrapartida o menosprezo da noção de competência.
Lembre-se:
Organização escolar é e continuará a ser marcadamente disciplinar.
Professores são e continuarão a ser professores de disciplinas.
Ao assumir que a organização escolar deve ser voltada também ao desenvolvimento de competências, é necessária uma reorganização do trabalho escolar que:
- · Reconfigure seus espaços e tempos;
- · Revitalize os significados:
P dos currículos como mapas do conhecimento que se busca;
P da formação pessoal como a constituição de um amplo espectro de competências;
P do papel dos professores em um cenário em que a idéias de conhecimento e de valor encontram-se definitivamente imbricadas.
Para refletir:
· O que é e como é possível reconfigurar os espaços e tempos escolares?
· Como revitalizar esses significados apontados acima?
Definição de Competência
Por Vivian Rio
É comum dizer que uma pessoa é competente. Mas definir o que é competência não é tão simples assim. Prova disso é que existem diversas teorias e vários autores que (tentaram) definiram esse termo.
Comecemos pelos teóricos da área da educação, que muito se baseiam nos estudos de Perredoud.
Segundo Ferreira (1999, p. 512), é a capacidade de compreender uma determinada situação e reagir adequadamente frente a ela, ou seja, estabelecendo uma avaliação dessa situação de forma proporcionalmente justa para com a necessidade que ela sugerir a fim de atuar da melhor forma possível. É a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade. [Está relacionada à] oposição, conflito, luta. Note os destaques para as palavras compreender, reagir, capaz de apreciar e resolver. Mais adiante retomaremos essa definição.
Para Alessandrini (2002) e Ferreira (1999), a competência relaciona-se ao “saber fazer algo”, que, por sua vez, envolve uma série de habilidades. Note que a noção de competência acaba nos remetendo a outro.
Habilidade, de acordo com Ferreira (1999, p. 395), é o notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade motora.
Só que essa definição soa como se o indivíduo nascesse com certa habilidade (ou talento). Na realidade, quando se trata de habilidade, seja qual for, qualquer pessoa pode desenvolvê-la. Uns podem ter mais facilidade do que outros, mas não se pode dizer que uma pessoa não é capaz de desenvolver uma habilidade.
Pelas duas definições acima apresentadas, podemos dizer que a competência implica uma certa concorrência entre diferentes elementos presentes em uma situação-problema, por exemplo, e pode manifestar-se por intermédio da aptidão para resolvê-los, ou seja, habilidades que expressam a capacidade que o indivíduo possui para encontrar uma solução para a questão que se apresenta a ele.
Dessa forma, segundo Alessandrini (2002), a competência manifesta-se em um conjunto, por meio da articulação de diversas habilidades. Durante o processo de equilibração majorante, a competência representa o resultado do diálogo entre habilidades e aptidões que possuímos, as quais acionamos para buscar um novo patamar de equilíbrio quando entramos em desequilíbrio, pois há uma transformação a ser processada. Esse novo patamar implica uma nova organização dentro do caos representado pelo desequilíbrio temporário e fundamental para a evolução do sistema. Durante esse processo, observamos dinamismos, como a capacidade para estabelecermos relações de semelhança e diferença que explicitam aptidões já adquiridas, expressas por meio de habilidades para discriminar. E assim, sucessivamente, com a presença de outras redes de esquemas que dialogam constante e continuamente para desvendar estratégias possíveis que criam e constituem novas respostas para situações-problemas novas ou antigas.
É como um novo modo de observar a proporcionalidade que se manifesta agora com uma nova direção precisa, porém envolvendo muitas outras habilidades já adquiridas e relacionadas a outras capacidades e aptidões. Logo, como afirma Alessandrini (2002), a orquestra que se impõe nesse momento refere-se à competência evocada e única, notadamente ligada à problemática que estiver ali presente para ser resolvida.
Nessa orquestra, as habilidades dos sujeitos representam os instrumentos a serem tocados em conjunto. Entretanto, podemos observar também que esses mesmos instrumentos solicitaram intenso estudo e exercício de habilidades que possuem uma orquestração própria –que demandam competências também específicas – até estarem prontos para participar da orquestra maior.
Cabe salientar que os conceitos de habilidade e competências apresentam especificidades conforme a ótica pela qual analisamos, de acordo com a posição relativa que ocupam dentro do sistema. Sendo assim, não se trata de uma definição linear. A definição apresentada por Perrenoud e seguida pelos autores acima apresentados é de uma competência inserida no contexto de uma visão sistêmica. Esse sistema permanece em constante movimento e que, por essa razão, reconhece determinado aspecto ora como habilidade ora como competência. Essa dinâmica constante da articulação de tais conceitos, dentro do sistema, envolve um diálogo entre parte e todo.
Já Macedo (1999, 2000) apresenta a concepção de competência como uma síntese plena de concorrência. Entende-se, nesse caso, que diferentes habilidades concorrem em uma determinada situação para que a competência possa emergir.
Embora as definições apresentadas acima, com base em Perrenoud, sejam interessantes, há uma definição de competência muito utilizada na área empresarial, especialmente na de gestão de pessoas por competências, que parece ser mais concreta, pragmática e, portanto, mais aplicável.
Essa definição é conhecida pelo famoso ideograma “CHA”, que serve para designar Conhecimento, Habilidade e Atitude, os quais compõem a competência. É uma maneira de se procurar definir o sentido de competência a partir de um referencial no qual ela possa ser mensurada - e até mesmo comparada a padrões internacionais. E é um dos modelos mais atuais com o quais as melhores empresas trabalham hoje para avaliar seus colaboradores. Vale a pena trazer para a realidade do professor/educador esse ideograma:
O C significa conhecimento sobre algo. Diz respeito à pessoa dominar um determinado know-how a respeito de algo que tenha valor para empresa e para ela mesma. É o saber.
O H significa habilidade para realizar/ produzir resultados com o conhecimento que se possui. Diz respeito à pessoa conseguir fazer algum uso real do conhecimento que têm, produzindo algo efetivamente. É o saber fazer.
O A significa atitude assertiva e pró ativa/ iniciativa. Diz respeito ao indivíduo não ser agressivo nem passivo, não esperar algo acontecer ou alguém ter que dar ordens, e fazer o que percebe que deve ser feito por conta própria. É o querer fazer.
O grande diferencial dessa abordagem é que, antes, a noção de competência era associada principalmente ao domínio de um determinado conhecimento. Assim, alguém que dominava muito bem algum assunto era chamado de competente. Então quem saía da escola ou da universidade “sabendo” muito ou era um aluno “muito estudioso” era considerado muito competente.
Segundo a concepção atual, alguém pode ser considerado bastante incompetente mesmo que domine muito bem um assunto, se não tiver a habilidade e a atitude para produzir resultados com isso. É o caso daquela pessoa que leu mil livros, fez diversos cursos, mas não consegue realizar um trabalho sequer. Na escola, diz-se muito: aquele professor sabe muito do assunto, mas não sabe ensinar.
Da mesma forma, alguém entusiasmado e cheio de atitude pode ser incompetente se não dominar os conhecimentos necessários e a habilidade a um bom desempenho de uma atividade. É aquele indivíduo cheio de planos e energia, que acaba não obtendo sucesso escolar ou profissional por não saber muito bem “o que” e “como fazer”.
Note que, diferentemente das definições de Ferreira (1999), em que saber e fazer, compreender e ser capaz apareciam, simultaneamente, na definição tanto de habilidade quanto de competência, nessa abordagem do CHA o verbo saber refere-se a conhecimento e saber fazer à habilidade. Além disso, há um elemento adicional importante: a atitude.
Para pensar:
Em relação ao professor/ educador:
- · Saber que é preciso dar aulas diferenciadas – menos tradicionais (conhecimento) não significa que o professor/educador saiba ministrar aulas com técnicas voltadas aos alunos, contextualizando as informações (habilidade).
- · Mesmo que o professor/educador saiba técnicas diferenciadas, voltadas aos alunos e motivadoras, pode ser que ele não queira aplicá-las, por algum motivo (atitude).
Em relação ao aluno/aprendiz:
- · Saber gramática (conhecimento) não significa saber escrever de acordo com a normal culta (habilidade).
- · Saber escrever de acordo com a norma culta (habilidade) não garante que o aluno/ aprendiz redija uma redação conforme orientação do professor/educador. Esse aluno pode simplesmente não querer escrever a redação (atitude).
Com base no ENEM:
Vamos analisar a Matriz de Competências do ENEM. Tendo em vista a composição dessa matriz, professores de todas as disciplinas ou temas do ensino médio reuniram-se e tentaram explicitar o que buscavam desenvolver por meio de suas disciplinas e de seus programas, considerando a formação pessoal de um aluno, ao final da educação básica. Um complexo exercício de fusão de horizontes, de concessões tópicas com vista a objetivos mais amplos, em uma perspectiva menos paroquial, mais humana, conduziu um grupo de cerca de 30 profissionais a um espectro de cinco competências fundamentais, enunciadas de forma sintética:
- · Capacidade de expressão em diferentes linguagens;
- · Capacidade de compreensão de fenômenos físicos, naturais e sociais;
- · Capacidade de referir os conceitos disciplinares a contextos específicos, enfrentando situações-problema;
- · Capacidade de argumentar, de negociar significados, buscando acordos por meio do discurso;
- · Capacidade de projetar ações, de pensar propostas de intervenção solidária na realidade.
Para referir cada uma dessas competências gerais ao âmbito do ensino médio, aproximando-as dos programas das diversas disciplinas, buscou-se, então, explicitar suas formas de manifestação. Assim, as formas de realização das competências foram chamadas de habilidades. Por exemplo, a competência “capacidade de compreensão de fenômenos” foi traduzida em um feixe de habilidades que inclui:
- · A compreensão da relevância, do significado do ciclo da água para manutenção da vida;
- · A compreensão da importância da energia em suas diversas formas, de suas transformações e de seu uso social;
- · A compreensão do caráter sistêmico do planeta, reconhecendo a importância da biodiversidade para a preservação da vida.
Um feixe de habilidades, referidas a contextos mais específicos, caracteriza a competência no âmbito prefigurado; é como se as habilidades fossem microcompetências, ou como se as competências fossem macro-habilidades. Para desenvolver as habilidades, recorre-se às disciplinas, que são apenas meios para isso.
Assim o importante é a compreensão do ciclo da água ou das transformações de energia, e não o fato de tal compreensão ter se realizado especificamente nas aulas de física, de biologia, de química ou de outra disciplina.
As habilidades funcionam como âncoras para referir as competências aos âmbitos nos quais se realizarão as competências, evitando-se o desvio de ancorá-las diretamente nos programas das disciplinas, o que conduz ao risco inerente de transformá-los em fins em si mesmos.
Com base nas suas atividades em sala de aula:
- Você já buscou identificar que competências está desenvolvendo a partir das atividades que propõe aos alunos?
- Tente definir que conhecimentos e que habilidades são essenciais nas aulas de português.
- Qual é a sua atitude em relação a uma mudança de prática em sala de aula?
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