quarta-feira, 22 de junho de 2011

Brasil não precisa gastar mais com educação. Precisa gastar melhor


Entrevista: Barbara Bruns

Fonte: Veja


Representante do Banco Mundial para o setor, a americana prega choque de gestão e foco no ciclo básico para aprimorar educação brasileira
Nathalia Goulart
Em visita a São Paulo, Barbara Bruns fala sobre a qualidade do educação no Brasil
Em visita a São Paulo, Barbara Bruns fala sobre a qualidade do educação no Brasil (Alexandre Ondir/Todos Pela Educação)
Plano Nacional da Educação (PNE), em discussão no Congresso Nacional, prevê que o país invista o equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública. Alguns especialistas querem uma fatia ainda maior: 10%. Barbara Bruns, economista chefe para educação do Banco Mundial para a região da América Latina e Caribe, nada contra essa maré. "O importante não é gastar mais, mas gastar de forma mais eficiente", diz a americana. Uma constatação que sustenta essa posição é o fato de os países membros da OCDE, os mais desenvolvidos do mundo, investirem menos do que o Brasil no setor: são 4,8% ante 5% dos PIBs nacionais, respectivamente. Deduz-se que não é por falta de dinheiro que a educação pública brasileira deixa muito a desejar. Dados da Corregedoria Geral da União (CGU), por exemplo, mostram que 35% dos municípios auditados apresentaram irregularidades na utilização dos recursos destinados à educação. Outra prática local que a especialista condena: a ênfase na educação superior. Um estudante universitário brasileiro custa aos cofres públicos seis vezes mais do que um aluno do ciclo básico. As conlusões de Bruns estão presentes no relatório Atingindo uma Educação de Nível Mundial no Brasil: Próximos Passos, que mostra as lições de casa que o país ainda tem a fazer - confira no quadro as principais conclusões do Banco Mundial. Leia a seguir os principais trechos da entrevista que Bruns concedeu ao site de VEJA.
A senhora visita o Brasil com frequência. Quando o assunto é educação, o que mais ouve aqui? Uma coisa que ouço muito dos brasileiros que estão preocupados com a educação é que é necessário aumentar os gastos com educação. Dados globais não apoiam esse pensamento. O Brasil já gasta uma parte relativamente alta do PIB em educação pública - mais do que a média da OCDE e muito mais do que o Chile, por exemplo. O importante para o Brasil não é gastar mais, mas gastar de forma mais eficiente. 
Como o Brasil poderia fazer melhor uso desse dinheiro? Duas coisas devem ser mencionadas: a forma de financiamento do ensino superior e o mau uso do dinheiro pelos municípios. No ensino superior, o padrão de gastos do Brasil é muito diferente do de outros países. Em todas as nações da OCDE, a relação entre gastos públicos com estudantes universitários e com alunos do ciclo básico é de dois para um. No Brasil, é de seis para um. A segunda preocupação são as evidências de que parte dos recursos da receita tributária destinada à educação não consegue chegar às salas de aula. A CGU constatou que até 35% dos municípios auditados apresentam irregularidades na forma de utilização dos recursos para a educação. Parte disso é resultado de uma má gestão, e não necessariamente de corrupção. Mas o fundamental é que o financiamento tem que chegar até a sala de aula. É na sala de aula que os recursos da educação se transformam em aprendizado.
Como reduzir seus gastos no ensino superior mantendo a qualidade do ensino? Em diversos países, os estudantes de universidades públicas de alta qualidade têm que pagar por parte da sua educação – seja por meio de pagamento de mensalidades ou de empréstimos. Isso faz todo o sentido quando pensamos que o mercado de trabalho lhes dará o retorno financeiro desse investimento.
A senhora diz que o Brasil é um grande laboratório de experiências educacionais bem-sucedidas. Como podemos aproveitar melhor esse potencial? O Brasil realmente é um laboratório de inovações educacionais – em níveis federal, estadual e municipal. Mas eu não diria que são todas bem-sucedidas. O fato é que ninguém sabe, porque a maioria dos programas não é avaliada. Avaliações rigorosas permitem aos governos ampliar os investimentos nos projetos que deram certo e cortar verba daqueles que fracassaram. Alguns estados, como Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e também o município do Rio, já começaram a avaliar rigorosamente seus principais programas na área da educação, como, por exemplo, a bonificação de professores. (Continue a ler a entrevista)
As taxas de reprovação no Brasil estão entre as mais altas do mundo. Por que o sistema brasileiro ainda repete tanto seus alunos? Os professores no Brasil estabelecem padrões elevados para seus alunos. Se os alunos não podem atender a esses padrões, eles são obrigados a repetir. Entretanto, a maioria dos países tem se movido em uma direção oposta: um bom professor é aquele que acredita que toda criança pode aprender e que trabalha duro para apresentar o currículo de forma que cada criança de fato aprenda o conteúdo. Isso não é fácil, mas é a marca de um professor realmente excelente. Há muitos exemplos de professores assim no Brasil. É uma questão de garantir que as escolas de formação de professores, programas de formação em serviço e incentivos aos professores transformem isto em uma norma.
Isso é um obstáculo para o avanço da educação no Brasil? Sim. A taxa média de reprovação no Brasil – cerca de 20% na educação básica – é de longe a maior da América Latina, cuja média regional é de cerca de 10%. Apenas alguns países africanos muito pobres ainda seguem um padrão tão alto de repetência. Forçar os alunos a repetir é uma estratégia de ensino muito ineficiente. Isso desanima os estudantes, mina a sua autoestima e, muitas vezes, leva ao abandono precoce. Do ponto de vista do sistema, isso significa que milhões de reais e espaços escolares são ocupados por repetentes. Com uma menor repetência, para a mesma quantidade de gastos, as escolas poderiam oferecer tempo integral e mais materiais na sala de aula. Muitos secretários de educação no Brasil compreendem isso e estão se esforçando para mudar a cultura dos professores. É surpreendente para mim que os dados não mostrem ainda grandes progressos.
O ensino médio é etapa mais alarmante da educação básica, com alta evasão de estudantes. É um desafio só do Brasil? Não, é um desafio mundial. Isso porque o ensino médio apresenta dois desafios fundamentais. Primeiro, as escolas de ensino médio na maioria dos países têm de preparar alguns alunos para o ensino universitário e outros para ingressar diretamente na força de trabalho. Encontrar esse equilíbrio é difícil. E preparar os alunos para o trabalho é especialmente difícil em uma economia globalizada, onde as mudanças são rápidas. Isso exige previsão da demanda por trabalho, o que pode mudar rapidamente. Sistemas públicos de ensino em particular enfrentam muitos problemas, uma vez que não são, em geral, muito dinâmicos. Em segundo lugar, o ensino médio lida com os alunos numa época difícil de suas vidas – eles estão em processo de autodescoberta e têm autonomia para se engajar em comportamentos de risco, como o consumo de drogas. Muitas vezes, a escola é a última coisa na mente dos alunos. Por isso, tornar a escola um ambiente acolhedor é crucial.
Pesquisas de opinião indicam que o brasileiro sente que o avanço da educação é lento e que os resultados são pouco palpáveis. Que tipo de avanço nos permite ver que a educação de fato tem avançado? A melhor prova é a melhoria que o Brasil alcançou nos resultados da avaliação Pisa na última década. O desempenho em matemática é o maior já registrado, e a evolução combinada em matemática e língua é a terceira maior já vista pela OCDE.
Que fatores contribuíram para esse desempenho? Em primeiro lugar, a reforma no financiamento com a criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) – posteriormente batizado Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) – tornou o financiamento da educação mais equilibrado. Em segundo lugar, a introdução de um sistema nacional de avaliação, composto inicialmente pelo Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e posteriormente pela Prova Brasil e Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), permitiu que os formuladores de políticas públicas recebessem informações claras sobre a qualidade do aprendizado. Em terceiro e último lugar, os programas de transferência de renda como o Bolsa Escola (convertido em Bolsa Família) são uma ferramenta que ajudou famílias pobres a manter seus filhos nas escolas.
Apesar desse desempenho reconhecido, as escolas privadas ainda avançam mais rapidamente do que as públicas  o próprio Pisa mostra isso. Com é possível superar essa defasagem entre os sistemas privado e público? Em todos os países, existe uma elite de escolas privadas cujo desempenho está muito acima da média. Isso porque elas podem cobrar mensalidades altas e selecionar os estudantes mais bem preparados. Por outro lado, as escolas públicas podem – e devem – melhorar seu desempenho.
O que o Brasil tem a aprender com países como Chile, que avançam mais rapidamente em educação? Uma das diferenças mais importantes no Chile é a forma de uso dos recursos públicos e privados no ensino superior. Lá, os alunos tomam empréstimos para pagar sua educação, estejam eles matriculados em universidades públicas ou privadas. Isso ajudou o Chile a alcançar uma taxa muito mais elevada de participação no ensino superior (cerca de 30% em relação a 15% no Brasil) e a gerar os recursos para o aumento sustentado na qualidade. Mas há grandes semelhanças entre Brasil e Chile também. São os dois países na América Latina que estão trabalhando mais fortemente para melhorar a educação – com excelentes sistemas para medir e premiar resultados e constante inovação nas políticas. Eu acho que ambos estão vendo o retorno dos seus esforços na pontuação crescente do Pisa.

Tecnologia só ajuda educação com mudanças no jeito de ensinar, defende especialista

Revista Época
20/06/2011

O consultor Mark Weston, estrategista educacional da Dell, dedicou os últimos 36 anos de sua vida a melhorar o ensino usando as inovações tecnológicas. Depois de participar de projetos promovidos pelo governo dos Estados Unidos, de vários estados americanos e em outros países, chegou a algumas conclusões sobre como a tecnologia pode ser usada na sala de aula para melhorar o aprendizado dos alunos. Nesta entrevista, dada à revista Época, Weston revela o potencial pedagógico da tecnologia e alerta para as suas limitações: “Se um livro não funciona para um aluno, trocá-lo por um livro digital não vai resolver o problema”.

Época - O senhor pretende lançar um livro intitulado “Por que a tecnologia foi reprovada na educação”. Qual a principal ideia?

Mark Weston – Allan Bain (co-autor do livro) e eu temos mais de 15 anos em reforma na educação americana e concluímos que mais do mesmo esforço não daria resultado. Em geral, o sistema educacional atual funciona, na melhor das hipóteses, para duas em cada três crianças, ou seja, duas em cada três concluem os estudos. O que acontece é que metade das crianças que consegue se graduar diz que o sistema foi falho. E isso está acontecendo depois de quase três décadas de esforços para reformar e melhorar a educação. Uma parte desse esforço tem sido a entrada de tecnologia nas escolas. Então, se você pensar na tecnologia como uma estratégia de reforma, você assume que, em algum momento, ela deveria trazer resultados. E a evidência é bastante clara de que a maioria dos esforços de reforma, incluindo o uso de tecnologia, não mudou a estatística principal de que o sistema falha com duas de cada três crianças.

Mas temos alguma certeza sobre como é possível usar a tecnologia para melhorar a educação?

Se o objetivo é como educar melhor todas as crianças, e a pergunta é se isso é possível, a resposta é sim. Isso pode ser feito e a resposta está nos trabalhos de Benjamin Bloom. E há também evidências de práticas pedagógicas que conduzem todas as crianças a aprender mais. Um dos livros mais recentes sobre isso, Visible Learning, foi escrito por John Hattie. Ele analisou 800 estudos para avaliar todas as práticas, ver o quanto eram praticadas e analisar seus efeitos estatísticos no ensino e no aprendizado. Olhando para as dez melhores práticas, encontramos algumas sem nenhuma escala e percebemos que a maior parte do nosso esforço para melhorar a educação passa por investir, sem base em informação, em práticas pouco estudadas. Sabemos o que tem que ser feito? Eu diria que há uma pesquisa ampla sobre o que precisamos fazer e a questão é como fazer. Uma das dificuldades tem a ver com a forma como concebemos o papel da tecnologia na educação. Nós ainda tendemos a conceber o papel da tecnologia como algo a que as pessoas têm que ter acesso. Você dá um computador para o aluno, ele tem acesso e isso muda as coisas. No início, essa era a ideia. Mas agora está bem claro que é preciso mais do que dar acesso às tecnologias. Não é o acesso às tecnologias que assegura os resultados, mas as práticas de que as tecnologias fazem parte. Mas, hoje, há uma distância muito grande entre a tecnologia e a pedagogia nas pesquisas.

Algumas escolas substituíram as canetas por canetas digitais, os cadernos por notebook ou tablets e a lousa por quadros interativos. O senhor acha que, hoje em dia, as tecnologias estão apenas substituindo antigas práticas da educação em vez de ajudar a reformá-las?

Se um livro não funciona para um aluno, se ele não aprende, trocá-lo por um livro digital não vai resolver o problema. É o mesmo que ter o mesmo tipo de aula com o professor e, em vez de ter o quadro negro, ter a lousa interativa. O que está acontecendo é que há um nível de automatização ou refinamento, mas o problema fundamental do aprendizado, da cognição, não é atacado. Para que a questão da cognição seja resolvida, a tecnologia tem que ocupar um papel diferente. Parte da revolução é que um paradigma alternativo precisa surgir. E nesse paradigma alternativo a tecnologia serve de mediador para estilos de aprendizado, estudantes, professores, pais, conteúdo. Minha experiência estudando as mudanças de sistema, particularmente as reformas educacionais em longo prazo, é que as mudanças nunca acontecem de forma gradual. Geralmente acontece em socos e rupturas. Acredito que há um ponto de crescente evidência de descontentamento de pessoas que tentaram todo tipo de refinamento – refinar lousas, refinar cadernos, refinar a organização da classe – e você percebe que consertar não é suficiente. É preciso algo mais profundo. Mudanças profundas requerem estrutura e teorias igualmente profundas. Para os alunos pode não parecer diferente. Mas o que acontece com eles é extremamente diferente.

Poderia dar um exemplo?

No sistema atual, o aluno é geralmente visto como um participante passivo, que recebe a informação. Então, mesmo numa classe com uma lousa interativa, eu não me surpreenderia de ver o professor no quadro. Se o papel do estudante tivesse mudado, se ele fosse um parceiro participativo no aprendizado, eu esperaria, em algum ponto, ver os alunos no quadro, ver alunos fazendo coisas com outros alunos ou com o professor. Nas duas situações, o equipamento não mudou. O que mudou foi a pedagogia usada e como alunos viam seus papéis. Se quisermos melhorar a qualidade do ensino, temos que olhar para o papel do professor e do aluno. Atualmente, a tecnologia tem um papel de automatizar processos. Numa nova visão, a tecnologia teria um papel de intermediar. Algumas das tarefas do professor poderia acontecer via tecnologia, alguns dos papéis dos alunos poderiam acontecer via tecnologia, o espaço extra para os estudantes poderia ajudá-los a fazer mais coisas e melhor.

Como é possível preparar os professores para essa mudança?

Um novo paradigma requer um novo programa preparatório. Defendo que o programa deve ser um reflexo do programa para o qual está preparando os profissionais. O que vemos hoje é que a preparação e as práticas de aula são muito distantes. E o que acontece é que a preparação não tem nenhuma ligação com o que se passa na sala de aula, com as crianças. Com as tecnologias que temos hoje, a teoria e a prática poderiam ser facilmente conectadas, é só pensar que podemos usar o Skype para estar ao vivo em qualquer lugar, por exemplo. Como os professores estão se aproveitando dessa tecnologia?

Alguns professores pensam que devem produzir seu próprio conteúdo digital para preparar as aulas. Isso é possível e desejável? Todo professor deve ser um produtor multimídia?

No sistema atual, a primazia é muito do professor. Cada professor é responsável por todo o currículo, por desenvolver como dar cada conteúdo. Se a demanda está no professor, cada professor pensa individualmente num esquema de fazer o seu trabalho. Se esse sistema de esquematização individual atendesse a todos os estudantes tudo estaria bem. Mas há claras evidências que não. O que tem que acontecer é o professor se tornar mais capaz de esquematizar e de planejar. Acho que é uma tarefa impossível. Uma alternativa é criar situações para que os professores tenham muita independência, mas também muita interdependência. Eles passam, então, a desenvolver um esquema coletivo que funciona para a escola toda, em que cada professor ajuda a refinar os métodos do outro e se beneficia. Parte do problema da preparação de professores e do sistema está ligado a pensar as demandas que recaem sobre os professores e diminuí-las. Essa carga pode ser dividida ou repassada para a tecnologia. Se o problema é a carga cognitiva, a solução passa a ser uma ferramenta cognitiva. Com essas ferramentas eles poderão fazer mais fazendo menos.

Os estudos feitos até agora sobre o impacto da tecnologia na educação mostram resultados confusos. Alguns apontam que o uso da tecnologia melhora o desempenho dos alunos. Outros, que ele não altera. E outros ainda, que ele piora os resultados. Como entender essa discrepância nas conclusões?

A sua pergunta tenta estabelecer a relação entre uso de tecnologia e desempenho dos alunos. Mas quase todos os estudos que tentaram estabelecer essa ligação falharam. A tecnologia poderia ser substituída por qualquer coisa e, ainda assim, os estudos fracassariam. Uma pergunta melhor é: quais as práticas pedagógicas que estão levando a resultados melhores? E como as tecnologias estão apoiando essas práticas? Analisar a tecnologia sem olhar para as práticas é um método falho de pesquisa. Essa é a razão pela qual a Dell ficou de fora dos estudos em grande parte. Agora, sou responsável de criar uma nova metodologia de estudo que possa ser aplicada aos nossos projetos e também a outras realidades. Com mais dados produzidos sob a mesma metodologia, poderemos comparar melhor os resultados. Acho que isso é um reflexo da mudança da natureza da pesquisa e da infância da tecnologia. Vamos sair da fase de pesquisas patrocinadas, que são boas para coletar dados, mas não passam pela revisão de pares.

Que conselhos daria para o governo brasileiro melhorar a qualidade da educação no país?

Eu focaria em três ações: 1) diminuir a carga cognitiva dos professores; 2) redefinir o papel da tecnologia na educação e 3) adotar práticas pedagógicas com eficácia comprovada em pesquisas

Fonte: Revista Época 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Projeto 10: transdisciplinaridade

Autora: ELAINE APARECIDA MARIUSSO GIBELLI


Sequência Didática Transdiciplinar

Disciplina: Língua Portuguesa.

Série: 5º ano do Ensino Fundamental I. 

Tempo estimado: 6 aulas aproximadamente (flexível).

Conteúdo: A carta como gênero textual.

Objetivo: Produzir a escrita de uma carta pessoal aplicando  as características próprias deste gênero textual.

Habilidades:
o Realizar leitura de imagens.
o Classificar imagens com base em critérios ocultos.
o Levantar hipóteses.
o Refletir acerca de questionamentos orais.
o Socializar informações.
o Ouvir e apreciar a leitura de uma carta.
o Comparar e diferenciar carta de outros gêneros textuais.
o Entender a carta como meio de comunicação escrita.
o Diferenciar tipos de carta (pessoal e comercial).
o Conscientizar-se da importância das cartas como meio de comunicação para nossas gerações anteriores e para as pessoas de épocas passadas de modo geral.
o Identificar outros meios de comunicação escrita.
o Comparar a carta com outros meios de comunicação escrita, seja pessoal ou não.
o Perceber a evolução dos meios de comunicação, pessoais ou não, com o passar do tempo.
o Entrevistar pessoas como parte inicial de uma pesquisa de campo.
o Organizar e tabular dados de pesquisa.
o Explorar o mapa político e regional do Brasil.
o Explorar o globo terrestre.
o Construir um gráfico de colunas com base em sua própria pesquisa de campo.
o Receber um convidado com respeito e cortesia.
o Formular e direcionar perguntas criativas e pertinentes.
o Valorizar a profissão de carteiro percebendo sua importância para os cidadãos.
o Organizar grupos de estudo.
o Perceber-se como indivíduo atuante dentro de um grupo de estudo dividindo funções.
o Utilizar recursos tecnológicos para produção textual.
o Escrever uma carta apropriando-se de suas características.
o Redirecionar escrita mediante sugestões do professor.
o Analisar e avaliar a escrita de cartas diferentes da sua.
o Vivenciar mentalmente um personagem como parte de uma tarefa para a produção de uma carta.

Desenvolvimento:

1ª aula: 
Para abertura desta sequência didática, as imagens a seguir deverão ser impressas e fixadas na lousa de maneira aleatória. Não indico a projeção, pois desta forma seria difícil organizá-las de um modo que ficassem todas expostas ao mesmo tempo.


Questionar:

o Vocês conhecem estas imagens? (explorar cada uma com o grupo e observar principalmente o que eles irão dizer sobre a imagem do filme Crepúsculo e do filme Tropa de Elite, pois é fundamental que todos conheçam as histórias, já que estas imagens farão parte da atividade de avaliação desta sequência - caso não conheçam faça um breve relato de ambas e indique que assistam os filmes em casa se possível).
o Como nós poderíamos agrupar estas imagens? (caso não consigam classificar as imagens, oriente-os a pensar em critérios de aproximação, do tipo pessoas, filmes, textos, redes sociais, imagens de arte, monumentos e alcoolismo).
o Com a classificação das imagens sugerida pelo grupo, faça a reorganização destas imagens na lousa, de modo que formem grupos.
o Analise com a turma cada grupo de imagens e observe se alguma ficou sozinha. Nomeie se existir uma imagem ou imagens solitárias (provavelmente a imagem de alguém bebendo diretamente da garrafa e a imagem do monumento ficarão fora dos grupos criteriosos). 
o O próximo passo é realizar a leitura de uma carta. Diga para eles que irão escutar a leitura de um texto. Após a leitura, pergunte o que perceberam deste texto: o que entenderam, se já escreveram ou receberam um  texto assim, se sabem o nome que damos a este tipo de texto...sinta a conversa que vocês estão tendo e aprofunde os questionamentos até onde julgar conveniente.
o Após, lance a seguinte questão de desequilíbrio que fará parte de toda esta sequência e que deverá ser retomada ao final, no momento da avaliação: 

Como podemos relacionar as imagens que vimos e agrupamos com este texto que li para vocês? Há algum grupo específico onde o texto lido possa se encaixar? 

o Elenque as respostas na lousa se achar necessário. Vá percebendo se eles conseguem relacionar a carta ao grupo de imagens de textos. Se conseguem notar que é um gênero textual de comunicação.
o Dentre os textos deste grupo, a carta tem a mesma função de outros que vocês conhecem? (sim, textos que trazem informações: do jornal, da página da revista e da página Wikileaks – lembre-se de explicar que se trata de uma fonte com acesso restrito e que divulga informações sobre corrupção, violações dos direitos humanos e crimes de guerra).
o Qual tipo de texto tem função diferente da carta neste grupo? (gibi – história em quadrinhos).
Agora, chegou um momento muito importante: o levantamento dos conhecimentos prévios sobre a carta como gênero textual.
o Quais características vocês observam nestes textos do grupo que formamos?
o Quem saberia dizer quais são as características de uma carta?
o São características totalmente diferentes dos outros textos ou há algo em comum?
o Quantos tipos de carta vocês acham que existe?

Peça que copiem no caderno aquilo que for surgindo e esteja correto, claro sempre com a mediação da professora.
o Tipos de carta: pessoal e comercial.
o Conceito, função e características da carta pessoal: texto em prosa escrito com a função de informar assuntos pessoais. Suas características são: data com o nome da cidade remetente, saudação com o nome da pessoa destinatária, o texto com as informações a serem transmitidas, a despedida e assinatura do remetente.
o Características da carta comercial: repetir o processo em relação à carta pessoal.

Continue esclarecendo as possíveis dúvidas.
Como lição de casa, peça que pesquisem em sua família se alguém já recebeu uma carta, seja pessoal ou comercial. Oriente-os a pedirem permissão aos familiares para trazerem esta carta para a escola e fazer a leitura para os amigos.

2ª aula:

o Inicie a aula com a leitura das cartas trazidas de casa e vá fazendo questionamentos orais a cada carta lida.
o Após, lembre-se de agradecer a participação dos alunos que trouxeram as cartas, porém lembre-se também de enfatizar que como a carta traz informações pessoais, nem todas as pessoas permitem que outras as leiam quando recebem. Desta forma, tira-se o “peso” do dever não cumprido naqueles que não tiveram a oportunidade de trazer uma carta da família.
o Proponha à  turma que, como atividade, escrevam uma carta pessoal para alguém que trabalha na escola. A escolha é livre. Pode ser a diretora, a coordenadora, inspetores, faxineiros, professores etc. Para isto, divida a sala em grupos. O intuito é que os alunos interajam socializando informações, encontrando interesses comuns que possam ser direcionados em forma de carta para quem desejarem. Vá passando nos grupos dando o feedback necessário, pontuando, corrigindo e fazendo pequenos elogios se julgar pertinente como forma de incentivá-los à escrita.
o Ao final, peça que coloquem as cartas dentro de um envelope e o preencham. Diga que entreguem as cartas para que você, professora, para que faça as respectivas entregas já que não há um correio dentro da escola.
o Aproveite o momento para falar sobre o correio e sobre os carteiros.
o Como medida de bom senso, fora da sala de aula, leia as cartas escritas pela turma antes de realizar a entrega das mesmas.


3ª aula: (exigirá um tempo maior, poderá ocupar 2 aulas seguidas)

o Inicie a aula mostrando o mapa político e regional do Brasil. Mostre também o globo terrestre. Explore alguns países e continentes no globo e a localização do estado de São Paulo e de outros estados no mapa do Brasil.
o Após, retome as imagens de abertura da sequência didática questionando se as pessoas daquele determinado grupo formado com as imagens parecem ser de uma época atual ou distante (provavelmente dirão que é de uma época distante, antiga). Como vocês perceberam isso? Será que naquela época as pessoas usavam cartas para se corresponder? Observem as imagens das redes sociais. Será que naquela época já existiam? Será que a escrita de uma carta como informação é o mesmo tipo de escrita que fazemos ao enviar um e-mail ou postar um recado ou mensagem no Facebook ou Twitter?
o Ouça e valorize todas as hipóteses fazendo os ajustes necessários às informações dadas por eles.
o Diga que hoje, você tem uma surpresa para eles. Que receberão a visita de um carteiro. Que ele virá para explicar o que é e como funciona o correio, os tipos de serviços oferecidos pelo correio e como é o trabalho dele. Diga que o mapa do Brasil e o globo estão na sala para ajudá-los a lembrar de lugares que gostariam de relacionar às perguntas que gostariam de fazer para o visitante e também para o visitante usar se precisar ilustrar alguma explicação das entregas das correspondências. Diga aos alunos que eles têm 5 minutos aproximadamente para elencar em uma folha do caderno algumas perguntas que gostariam de fazer ao carteiro. Oriente-os a fazerem perguntas pertinentes e inteligentes. Também oriente-os a receber o visitante com respeito e educação, bem como de despedirem da mesma maneira.  Seria muito interessante se, no momento da visita, um computador estivesse disponível com acesso à internet, pois desta forma o carteiro também poderia instruí-los sobre como usar mais este serviço oferecido pela empresa dos correios e telégrafos. 
o Após a partida do visitante, “feche” a aula fazendo os comentários que julgar necessários e adequados.


4ª aula:

o Inicie esta aula distribuindo uma folha de na qual escreverão 2 perguntas que acharem necessárias para entrevistarem pessoas em relação ao tipo de recurso que utilizam quando precisam se corresponder de maneira escrita. Colocarei aqui como sugestão 2 perguntas, mas pode ser o que vocês acharem melhor. 
1ª pergunta: Você usa qual dos meios de comunicação escrita abaixo para se corresponder com pessoas queridas:  
(    ) carta
(    ) e-mail
(    ) redes sociais
(    ) nenhuma das alternativas

2ª pergunta: Com quais lugares do Brasil ou do mundo você se corresponde com estas pessoas queridas?

(    ) somente em São Paulo
(    ) outros estados brasileiros
(    ) outros países

o Oriente-os a entrevistar um funcionário da escola e um colega de outra turma. O objetivo aqui é que percebam que a diferença de idade talvez possa influenciar na escolha do meio de comunicação escolhido. Talvez, as pessoas mais velhas prefiram ainda a carta como forma mais formal de escrita, ou então não tenham muito acesso à tecnologia seja por qualquer motivo (falta de condição social, medo de manusear recursos tecnológicos etc). Diga que eles têm aproximadamente 15 minutos para entrevistarem estas pessoas e voltarem para a sala. Marcar um determinado tempo neste caso, tem o intuito de organizar a aula, já que sempre trabalhamos com o tempo “apertado”
o Com os dados da pesquisa em mãos, faça com eles a contagem, organize, tabule os dados.
o O próximo passo é organizar na lousa um gráfico (sugiro de colunas pela praticidade, mas fica a critério a escolha – de linha, de barras, pictórico, de setor – o que for mais indicado em sua turma).
o Faça com eles a interpretação do gráfico, tire as conclusões sobre os tipos de correspondências escritas mais usados e os lugares para os quais são enviados.
o Peça que copiem os dados da pesquisa e o gráfico no caderno.


5ª aula: (1ª parte da avaliação)

o Inicie a aula mostrando para eles os seguintes pares de imagens:


   


   E




o Diga que hoje a atividade sobre cartas é bem diferente. Diga que precisarão vivenciar um momento especial. Deverão se imaginar como personagens. Que poderão escolher vivenciar os personagens do filme Crepúsculo ou do Filme Tropa de Elite (assim agradamos a população feminina e a masculina!). Peça que observem as imagens que acompanham estes personagens, pois estas imagens deverão constar da atividade que será escrever uma carta pessoal.
Atividade na folha:

Observe os pares de imagens abaixo e escolha um para você vivenciar mentalmente. Assinale sua escolha.


     

 (    )






(    )


Agora você deverá escrever uma carta obedecendo a estrutura deste tipo de texto (características). 
Se coloque como personagem que participa da narrativa (texto da carta).
Escreva para quem você quiser: outro personagem do filme, um fã alucinado...Use sua criatividade! Lembre-se que a imagem ao lado (monumento e pessoa bebendo) fazem parte de sua escolha e portanto, devem constar em seu texto.

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o Em sala, eles iniciarão esta escrita em uma folha de caderno, será o esboço, o rascunho. Neste momento esteja disponível para orientar se for solicitada apenas. Lembre-se que se trata da avaliação, então procure intervir o mínimo possível.
o Quando acabarem, recolha as produções e analise-as criteriosamente fazendo suas observações e anotações avaliativas.

6ª aula: (2ª parte da avaliação)
o Devolva as produções dos alunos.
o Faça cm eles os comentários pertinentes após sua leitura e 1ª avaliação.
o Peça que passem a escrita “a limpo” na folha de atividade seguindo suas orientações.
o Depois de corrigidas, fica como sugestão disponibilizar as cartas para que os próprios alunos leiam as produções dos colegas. Eles mesmos acabam funcionando como corretores dos colegas. Será uma maneira de colocá-los em contato com outras produções diferentes das suas.

Sobre esta sequência didática:
Procurei ir além da simples junção de conteúdos e disciplinas e do aprendizado cognitivo, tornando-a transdisciplinar.
Utilizei algumas sugestões presentes no texto de José Aloyseo Bzuneck (Como motivar alunos: sugestões práticas):
Aulas motivadoras com propostas significativas.
Conteúdo de interesse dos alunos.
Feedback como estímulo, além da orientação.
O uso da “fantasia” como recurso.

Projeto 9: uso de tecnologias

Autora: SAMANTHA ARAUJO DE MORAES

Conteúdo
Língua e linguagem

Objetivos 
Analisar as características da escrita e da linguagem na internet com alunos do 9º ano do ensino fundamental.

Introdução 
Pode interromper o primeiro download se você nunca recebeu um e-mail com frases repletas de abreviações e neologismos do tipo flw, blz, naum, bj, hj e []s. O que será que aconteceu com a linguagem dos jovens? Eles estão escrevendo errado se obedecermos ao pé da letra as regra gramaticais ou a pressa e a criatividade exigidas em comunicadores instantâneos, chats, blogs, fotoblogs e uma infinidade de outros espaços virtuais transformam os internautas em artífices das palavras? De acordo com a reportagem de VEJA ESPECIAL, aqueles que navegam pela rede mundial de computadores vem adaptando e tornando cada vez mais ágeis e divertidos os códigos on-line. Os puristas da língua, portanto, podem respirar aliviados: o bloguês está longe de ser errado. O texto da revista desafia os estudantes a analisarem esse universo lingüístico que eles mesmos criaram. 

A idéia é reservar um horário no laboratório de Informática e organizar os alunos em grupos, propondo a visitação em vários blogs. Os principais conceitos relacionados aos diários virtuais serão revisados Serão necessários um dicionário comum e outro de lingüística, além de uma boa gramática. O material deverá estar disponível para uma aula.

Direcione a leitura da reportagem destacando a interação social criada pela internet entre os personagens retratados. Ajude os adolescentes a perceber como numa sociedade cada vez mais fechada não há mais tempo para falar, discutir, ouvir e partilhar. O blog, portanto, funciona como um veículo para se mostrar, pensar, rir, chorar e ouvir o outro por meio do feedback. Ressalte essa relação e encaminhe uma segunda rodada de navegação pelos diários on-line. 

Atividades 
Os adolescentes serão encarregados de enumerar as principais características dos endereços visitados onde perceberão que acabaram fazendo uma pesquisa qualitativa por meio de suas observações. Informe que o principal objetivo dessa atividade é apontar os campos semânticos dos posts e analisar o discurso empregado pelos autores das narrativas. 

Proponha que cada equipe se atenha aos textos dos blogs. Discuta o papel interativo da ferramenta e a necessidade desse tipo de manifestação humana. Peça, em seguida, que os jovens investiguem o blogging como forma de comunicação pessoal e veículo divulgador de interesses específicos. Conte como levantar hipóteses sobre o corpus lingüístico examinado. Quais são as intenções das linguagens verbal e não-verbal nesses endereços? Explore a diversidade dos conteúdos e evidencie as temáticas mais presentes. 

Ensine que um blog trata, principalmente, de: 
@ modelagem política e social; 
@ uso como diário de vida pessoal; 
@ conteúdo reafirmador da existência; 
@ apresentação de pontos de vista sobre o mundo e as coisas; 
@ interesse em criar comunidades; 
@ realizar catarse; e 
@ fazer uso literário ou poético. 

Conceitue também sobre a especificidade da audiência, ou seja, os leitores que freqüentam os blogs constantemente e ali deixam comentários. Lembre que tais textos reforçam a intencionalidade original de estabelecer comunicação. 
Dê a cada grupo a incumbência de levantar um conjunto lingüístico capaz de revelar, pelas relações de sentido presentes nos textos verbais e visuais dos blogs, o campo semântico em que elas atuam. Oriente que entre as formas encontradas no discurso em cada categoria de blog e a nomenclatura empregada pelos internautas há um abismo tão significativo que até o dicionário se torna um objeto decepcionante. 

Explore o Pequeno Dicionário de Bloguês, incluído no final da reportagem, e pergunte que outros verbetes a classe acrescentaria. Diga o que são redes semânticas e estimule os alunos a criarem uma. Peça que cada grupo componha e explique os subconjuntos vocabulares trabalhados. Faça com que todos percebam a freqüência de uso de certas estruturas e incentive a descoberta da intencionalidade de cada texto nos diários virtuais. Se achar pertinente, instigue reflexões lingüísticas sobre questões de lexicologia. Conte que o léxico de uma língua é potencialmente infinito e não se restringe ao estudo dos vocábulos atestados. Ele inclui os “atestáveis”. Lance mão dos dicionários e da gramática e esclareça as eventuais dúvidas relacionadas a esses termos. 

Pergunte se há empréstimo lingüístico no bloguês? Em caso positivo, ele é predominantemente ligado a qual idioma? Informe aos alunos que diante dessa temática um professor da língua identificada será convidado a falar sobre os empréstimos da língua de Shakespeare com a popularização do uso do computador. 

Para finalizar, sugira mais uma reflexão: escrever é resultado de vocabulário amplo ou é necessário dominar estruturas, discernir e estabelecer relações lógicas? Como podemos situar um blog nesse contexto?

Projeto 8: uso de tecnologias em sala de aula

Autora: MARIA RITA ALVES DE SOUZA DA CONCEIÇÃO

PÚBLICO ALVO: Estudantes do 2º ano do Ensino Médio

OBJETIVO
Discutir, no Twitter, a polêmica acerca das variações linguísticas e suas abordagens nas salas de aula.
Confrontar as teorias gramaticais estudadas em sala de aula com o uso real da língua nas mídias e na sociedade como um todo. 
Produzir artigos acadêmicos bimestrais acerca da discussão travada tanto no mundo virtual, quanto no ‘real’.

METODOLOGIA
O projeto será apresentado aos alunos durante a aula e deverá permear todo o ano letivo, visto que se trata de um tema pertinente em nosso cotidiano. 
Provavelmente, todos os alunos saberão o que é o Twitter e terão uma conta ativa. Caso isso não proceda, haverá uma aula no laboratório de informática, visando a apresentar a ferramenta e seus recursos a todos. 
Em seguida, o educador deverá se certificar de que todos os alunos seguem uns aos outros. A partir daí, o tema será lançado: os alunos serão estimulados a discutir a questão das variações linguísticas (sempre debatida em sala de aula) e seus usos na sociedade. Todos os twits deverão ter a hashtag #linguaviva. 
O educador indicará livros, revistas, jornais, programas de rádio e de TV, sites, podcasts etc. para que os estudantes aprofundem a pesquisa, elevando o nível da discussão e produzindo conhecimento através de uma atividade que permite observar na vida cotidiana o conteúdo pedagógico aplicado nas aulas. 
O papel do educador nesse projeto é o de observar de perto a relação ensino aprendizado estabelecida entre os estudantes pesquisadores. Intervenções devem ser feitas sempre que houver distorções do objetivo principal – que é transpor o que se estuda sobre a língua portuguesa nas salas de aula para a realidade de cada estudante – ou para fomentar a discussão, introduzindo novos dados, provocando uma reflexão mais aprofundada, visando à autonomia de pensamento dos jovens e à produção de conhecimento acerca de um tema que nos cinge constantemente: como adequar nosso discurso às situações sociais pelas quais transitamos em nosso dia a dia? 
Semanalmente, ou sempre que necessário, a discussão do microblog será trazida para o campo físico da sala de aula, onde as opiniões, as pesquisas e as experiências adquiridas são trocadas ao vivo. Com isso, espera-se que o debate virtual tenha caráter acadêmico e embase os artigos que serão produzidos pelos alunos, sob a orientação do educador, ao final de cada bimestre, com o intuito de ‘materializar’ a discussão e de formalizar a avaliação da atividade. Esses artigos serão publicados em um blog criado exclusivamente para este fim. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desabafo professora de português RN: hit na internet

Enfim, um discurso com foco na educação e nas necessidades dos professores virou um "hit" na internet. Claro que isso não resolve a situação, mas o foco na mídia é essencial para que os governantes voltem seu olhar para o que realmente importa: o aprimoramento da educação.

Chega de culpar os professores pela má qualidade do ensino. É como culpar soldados pela derrota em uma batalha. Mas e o general do exército, o que faz? Quando há sucesso, é ele que é lembrado; quando há insucesso, são os soldados? Isso tem que mudar.