Postei alguns textos sobre a polêmica do livro didático em que se "apresentavam" regras erradas. Li tantos outros artigos, que nem postei, senão, este blog teria um outro teor que não o do ensino. Mas, diante de tantas polêmicas e até mesmo de páginas amarelas com Evanildo Bechara, decidi apenas postar alguns breves pontos (escritos rapidamente):
1. Deve-se, primeiramente, diferenciar o que é linguística, sociolinguística e ensino de língua portuguesa.
a) A linguística tem inúmeras áreas, cujos objetos e recortes de pesquisa são os mais diversos: desde sintaxe gerativa até a neurolinguística.
b) a sociolinguística tem inúmeros focos de pesquisa, dentre elas, a variedade linguística e o preconceito, cujo maior representante no Brasil é Marcos Bagno (pela importância e disseminação de seus livros sobre o tema). Eu mesma fiz minha tese de doutorado em sociolinguística com foco em questões como contexto, habitus, troca de turno e desenvolvimento do tópico, sem, em momento algum, tratar de erro, adequação ou preconceito.
c) no ensino, é preciso sim trabalhar não apenas com a norma culta. Claro que ela um alvo do ensino, mas é possível aprendê-la entendendo que há outras formas de falar/escrever e se fazer entendido. O professor, na minha opinião, precisa ampliar a visão do aluno do que é língua e, ao mesmo tempo, mostrar que a norma de prestígio social é a culta/padrão (como quer que desejem chamá-la). O que não se pode é negar é que há outras formas de se comunicar e nem que o aluno deve falar sempre de forma inadequada.
Separando esses três aspectos, acredito que a discussão seria mais proveitosa do que essa "guerra" entre mídia/política/purismo/visão enviesada x academia/ciência/anti-mídia/visão ampla.
* professor, leitor deste blog: leia os textos postados neste blog, tanto a favor quanto contra o livro didático. Informe-se, busque outros textos e forme sua opinião, criticamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário